O Projecto " Arte Nossa" nasce pela necessidade de atribuir um novo ênfase às questões dos ofícios tradicionais de Castelo de Vide, uma vez que enfrentam o risco de desaparecer por completo, perdendo-se, assim, parte da memória colectiva de Castelo de Vide e, consequentemente, da sua autenticidade.É neste sentido que pretendemos não somente apresentar alguns destes ofícios, como também debatê-los num contexto teórico e numa perspectiva futura.Assim, o projecto incidirá em dois aspectos distintos mas que se complementam: por um lado a mostra de ofícios que será apresentada em pontos específicos da vila que o visitante percorrerá; por outro lado, um debate sobre a importância dos ofícios enquanto manifestações da identidade e autenticidade de Castelo de Vide, bem como promotores de desenvolvimento local.


Avaliação do Projecto

O projecto “Arte Nossa” foi sem dúvida, uma experiência enriquecedora para todos os que se envolveram e empenharam na sua concretização. Com efeito, este projecto foi resultado de um enorme esforço do grupo, de um processo de conhecimento e de engajamento de todos nós.
Assim, a forma como a intervenção se desenvolveu foi mais que a intervenção por si só, o resultado de todo este processo em que o grupo, sempre unido, conseguiu atingir os objectivos a que se propunha inicialmente, no sentido em que foi com sucesso que conseguimos, envolver toda a comunidade tendo presente o seu bem em detrimento do resultado que obteríamos.
A escolha do tema do nosso projecto foi fruto de uma detalhada análise da realidade de Castelo de Vide, a fim de detectar-mos quais as necessidades e carências desta população. Neste sentido, deparamo-nos com uma enorme lacuna no que concerne à revitalização dos antigos ofícios como um instrumento de desenvolvimento local e regional.
Com efeito, urgem iniciativas que promovam e que de alguma forma registem estas questões. É neste sentido, que a primeira parte do projecto “Arte Nossa”, passou por dar especial atenção às questões que envolvem teoricamente as necessidades de revitalização dos antigos ofícios.
A palestra que teve lugar no dia 30 incidiu sobre estas questões, todavia temos consciência que nem tudo correspondeu às nossas expectativas.
Desde logo, a falta de disponibilidade de um orador fez com que tivéssemos de alterar ligeiramente a organização da palestra, contudo, foram abordados os pontos essências, sendo a escolha dos oradores acertada e pertinente, no sentido em que se criou um paralelismo entre o contexto real e os ofícios, através do testemunho do Mestre Mamede, o poder político, com a intervenção do Sr. Vice Presidente da Câmara de Castelo de Vide, entre a Escola Superior de Educação de Portalegre e a Associação Ocre.
De facto, a sala estava composta sobretudo por pessoas de Castelo de Vide. Com efeito, a iniciativa de termos disponibilizado um autocarro do IPP não surtiu qualquer efeito por apenas termos conseguido levar duas pessoas. Consideramos que este facto pode dever-se a uma falha no que toca à divulgação. Efectivamente, os cartazes não se tornaram eficazes, talvez porque ao publicitarmos duas actividades com a mesma imagem induzimos as pessoas a julgar que seriam dois cartazes com a mesma mensagem.
Outro dos problemas surgidos deveu-se ao facto da máquina fotográfica que disponibilizamos para fazer o levantamento fotográfico da palestra, não ter funcionado devido a uma avaria. Por outro lado, possuímos o registo da palestra em mini dv, contudo, este é demasiado pesado para publicar no blogue.
Com efeito, no desenrolar da palestra ficou a ideia de construir um centro de revitalização de antigos ofícios complementado por um exaustivo levantamento e registo dos mesmos.
No que respeita ao dia da mostra etnográfica, dia 31, também nos surgiram alguns imprevistos. Desde logo, porque o tipógrafo não compareceu, o que acabou por desvirtuar o circuito que tínhamos criado para que os visitantes seguissem. Todavia, o circuito decorreu dentro do esperado, superando mesmo as nossas expectativas, na medida em que sentimos a necessidade de prolongar a mostra etnográfica até às 17:00h por iniciativa dos próprios mestres, que se entusiasmaram com o elevado número de vendas, e mesmo pelos visitantes. Os mestres venderam alguns dos seus produtos, também no seguimento do nosso projecto. Na verdade, alguns dos mestres derivado da idade avançada apresentam problemas de comunicação e a presença de alguém que funcionasse como mediador facilitou a venda dos seus artefactos.
O projecto “Arte Nossa” teve como objectivo envolver a comunidade contudo, em parte, este objectivo não foi realizado na sua plenitude visto que, ao contrário do que se passou na palestra, a maior parte das pessoas que participou na mostra etnográfica foram estrangeiros que estavam de visita à vila. Mais uma vez, atribuímos este facto, ao pouco tempo disponível para a divulgação deste projecto.

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